Os pets na economia brasileira se tornaram um motor significativo, impulsionados por lares menores e famílias que optam por não ter filhos ou adiam a parentalidade. Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com o maior número de animais de estimação. Essa mudança demográfica e cultural está redefinindo os gastos familiares e impulsionando diversos setores da economia.
Por que o Brasil se destaca no mercado pet?
Um levantamento do Instituto Quaest revela que o Brasil é o terceiro país com mais animais de estimação no mundo. Enquanto o tamanho médio das famílias brasileiras diminuiu de 3,62 pessoas em 2003 para 2,8 em 2022, a proporção de pets por residência aumentou para 2,3 animais por domicílio.
Essa mudança reflete uma nova dinâmica familiar, onde os animais de estimação ganharam um papel central. Essa crescente presença dos pets impulsiona o consumo, transforma o mercado de trabalho e influencia as políticas públicas.
Como os gastos com pets evoluíram?
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) indica que, entre 2002 e 2018, o número de famílias brasileiras com gastos declarados com pets quase triplicou, passando de 11,7% para 30,2%. Essa mudança demonstra uma transformação significativa nos hábitos de consumo das famílias brasileiras.
De acordo com a economista Clécia Satel, antigamente, os gastos se concentravam em ração e medicamentos. Hoje, há uma variedade de serviços e produtos disponíveis, desde roupas até petiscos, alimentando grandes indústrias. A pesquisa também revela que o gasto médio mensal com animais cresceu 145% no período, subindo de R$ 8,32 para R$ 20,42. Em famílias com maior renda e escolaridade, o valor ultrapassa R$ 88 por mês.
Qual o impacto da “pet parenting” na economia?
A “pet parenting” é um fenômeno cultural onde os animais de estimação são vistos e tratados como membros da família, tal qual os filhos humanos. Esse comportamento influencia diretamente o consumo e o mercado de serviços. Casais sem filhos, menores, urbanos e com maior poder aquisitivo são os que mais investem em seus animais.
Nas classes médias e altas, os gastos com planos de saúde veterinários, adestramento e hospedagem são expressivos. A medida que indica quanto o consumo é dominado pelos mais ricos ultrapassa 0,9 em quase todos os casos, aproximando-se da exclusividade de luxo. O impacto se reflete na expansão de estabelecimentos pet friendly, como cafés, bares e shoppings.
Quais serviços se destacam no mercado pet?
Clínicas veterinárias e creches caninas estão surgindo em ritmo acelerado. O mercado de serviços premium, que inclui banhos de creme, massagens e até acupuntura e quiropraxia em animais, movimenta bilhões. Algumas empresas já oferecem planos de saúde que incluem os animais dos funcionários, e companhias aéreas adaptam suas políticas para permitir o embarque dos pets na cabine.
Essa tendência reflete uma preocupação crescente com o bem-estar dos animais de estimação, impulsionando a demanda por serviços especializados e de alta qualidade. Além disso, o bem-estar dos tutores também é impactado, já que, segundo entrevistas realizadas pela pesquisadora, a maioria dos tutores afirmou que os animais melhoram o bem-estar emocional e reduzem a solidão.
Como a pandemia influenciou a relação com os pets?
Durante a pandemia, o elo entre humanos e animais se intensificou. Milhões de brasileiros adotaram cães e gatos em busca de companhia e conforto. Muitos casais estão optando por não ter filhos ou adiando essa decisão, encontrando nos animais de estimação uma companhia que não exige tanto compromisso.
O aumento das adoções durante a pandemia gerou diversos impactos, desde o aumento do consumo de produtos e serviços pet até a necessidade de adaptação de espaços públicos e privados para acomodar os animais. A pesquisa revela que 84% dos usuários do Kwai pretendem comprar na Black Friday, demonstrando o aquecimento do setor.
O que esperar do futuro do mercado pet no Brasil?
Com uma nova edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) prevista para 2026, a economista Clécia Satel acredita que o fenômeno da “pet parenting” se revelará ainda mais acentuado. No Senado, tramita um projeto de lei para criar o Dia dos Pais e Mães de Pet, celebrado em 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais.
O mercado pet deve continuar a se expandir e se diversificar, com novas tecnologias e serviços surgindo para atender às necessidades dos animais e de seus tutores. A regulamentação do setor e a criação de políticas públicas que promovam o bem-estar animal também devem ganhar destaque nos próximos anos. Outro ponto importante é que a inovação brasileira busca salvar jumentos da extinção no Nordeste, ampliando a discussão sobre bem estar animal.
Perguntas Frequentes sobre Pets na economia brasileira
Qual a posição do Brasil no ranking mundial de países com mais animais de estimação?
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com o maior número de animais de estimação, refletindo uma forte cultura de “pet parenting” e um mercado em expansão.
Como os gastos com pets evoluíram nos últimos anos?
Entre 2002 e 2018, os gastos médios mensais com animais de estimação aumentaram 145%, impulsionados pela crescente variedade de produtos e serviços disponíveis, desde ração e medicamentos até itens de luxo e cuidados especializados.
Qual o impacto da pandemia na relação entre humanos e pets?
Durante a pandemia, o número de adoções de animais de estimação aumentou significativamente, refletindo a busca por companhia e conforto em um período de isolamento social, consolidando ainda mais o papel dos pets nas famílias brasileiras.






