O Brasil conseguiu uma significativa redução nas emissões de gases do efeito estufa em 2024. Uma pesquisa divulgada pelo Observatório do Clima revelou que houve uma queda de 16,7% nas emissões brutas em comparação com o ano anterior. Essa diminuição representa um marco importante para o país, especialmente no contexto da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Qual o tamanho da redução das emissões no Brasil em 2024?
Em 2024, o Brasil registrou uma emissão de 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e). Essa quantidade representa uma notável redução de 16,7% em relação às emissões brutas do ano anterior, que totalizaram 2,576 GtCO2e. Quando consideradas as emissões líquidas, que levam em conta a captura de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, a diminuição atinge 22%.
Essa expressiva queda é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais significativa desde 1990. A redução histórica de 17,2% naquele ano mostra que o Brasil tem potencial para alcançar resultados ainda mais expressivos na luta contra o aquecimento global.
Por que essa redução é importante para o Brasil?
De acordo com Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, essa redução coloca o Brasil em uma posição de liderança para a COP30. O evento, que terá início em 10 de novembro, reunirá líderes e especialistas de todo o mundo para discutir e implementar ações de combate às mudanças climáticas.
Astrini destaca que poucos países do G20 ou entre os dez maiores emissores globais chegarão à COP30 com um índice de redução de emissões tão expressivo quanto o do Brasil. Essa conquista fortalece o papel do país como protagonista nas negociações climáticas e demonstra seu compromisso com a sustentabilidade.
Quais setores contribuíram para a redução das emissões?
A queda nas emissões de gases do efeito estufa foi impulsionada principalmente pela diminuição no setor de mudança de uso da terra, que responde por 42% do total de emissões brutas. A agropecuária, segundo maior emissor, foi responsável por 29%. Já os setores de energia, resíduos e processos industriais emitiram, respectivamente, 20%, 5% e 4% do total.
Bárbara Zimbres, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), ressalta que a queda nas emissões do setor de mudança de uso da terra está diretamente relacionada ao aumento do controle do desmatamento desde 2022. A Amazônia, por exemplo, registrou uma expressiva redução de 41% nas emissões de gases do efeito estufa. A adesão ao Programa Reforma Casa Brasil auxilia na construção de moradias mais sustentáveis.
Como as queimadas impactam as emissões no Brasil?
As queimadas, embora não sejam contabilizadas no inventário de emissões como mudança no uso do solo, têm um impacto significativo no balanço de carbono do país. Em 2024, o Brasil registrou um aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, o que elevou as emissões líquidas por fogo em duas vezes e meia.
Segundo Bárbara Zimbres, se as queimadas fossem incluídas no inventário de emissões, as emissões líquidas do setor de uso do solo poderiam dobrar. Esse cenário reforça a importância de combater os incêndios florestais e implementar políticas de prevenção e controle.
Estudo aponta estratégias para reduzir emissões de metano na pecuária brasileira. Além disso, a camada de ozônio apresenta sinais de recuperação gradual por esforços globais.
Quais estados se destacaram na redução de emissões?
Os estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso foram os que mais se destacaram na redução de emissões brutas em 2024, com quedas de 65%, 44% e 44%, respectivamente. Por outro lado, Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram aumento nas emissões em relação ao ano anterior.
Esses dados revelam a importância de políticas públicas e ações de fiscalização para combater o desmatamento e promover o uso sustentável dos recursos naturais em cada região do país. A China suspende controle sobre exportação de terras raras e reduz tensões com EUA, o que pode impactar positivamente as práticas sustentáveis no Brasil.
Via InfoMoney
