CESAR: CEO comenta os 30 anos do centro de tecnologia no Recife

Conheça a trajetória do CESAR, centro que une academia e mercado para inovar no Nordeste há 30 anos.
17/10/2025 às 11:27 | Atualizado há 3 semanas
CESAR: CEO comenta os 30 anos do centro de tecnologia no Recife

O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) completa quase três décadas de atuação, impulsionado pela inquietude de professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em 1996, a chegada da internet ao Brasil revelou um problema: a fuga de talentos para o Sudeste e outros países. Para reter esses talentos, o CESAR surgiu como uma ponte entre a academia e o mercado, aplicando conhecimento de ponta para resolver problemas reais.

Por que o CESAR foi criado?

Em 1996, um grupo de professores da UFPE percebeu que os melhores alunos do Departamento de Informática estavam deixando o estado em busca de oportunidades. A solução foi criar o CESAR, um centro que unisse a universidade e as empresas, transformando conhecimento em soluções práticas.

Eduardo Peixoto, CEO do CESAR, destaca que a ideia era reter esses talentos no Nordeste, prevendo que a economia se tornaria cada vez mais digital. O CESAR, então, nasceu com a missão de aplicar o conhecimento acadêmico para resolver problemas concretos das empresas.

Como o CESAR se mantém relevante após 30 anos?

A cultura de “nunca estar satisfeito” é um dos pilares do CESAR, segundo Peixoto. Essa mentalidade impulsiona a busca constante por excelência e a crença de que sempre é possível melhorar. A conexão contínua com a universidade permite que o CESAR esteja sempre atualizado com as últimas tendências e tecnologias.

Essa antecipação ao futuro permitiu ao centro criar empresas pioneiras, como a Neurotech, que utilizava machine learning para avaliação de risco de crédito antes de se tornar uma prática comum no mercado, e a Tempest, empresa de cibersegurança adquirida pela Embraer em 2020.

Qual o maior desafio do CESAR no Nordeste?

A falta de capital de risco é apontada por Peixoto como o principal obstáculo para o crescimento do ecossistema de inovação no Nordeste. A escassez de investimentos já custou oportunidades valiosas ao centro, como a perda de uma empresa de games para mobile nos anos 2000.

Essa experiência levou o CESAR a desenvolver um modelo único de atuação com startups, o Tech Venture Building. A ideia é captar recursos de fomento à inovação para desenvolver tecnologias de startups, recebendo em troca uma opção de compra de participação na empresa.

Como funciona o Tech Venture Building do CESAR?

O Tech Venture Building é um modelo inovador onde o CESAR capta recursos de fomento para desenvolver a tecnologia de startups. Em vez de investir dinheiro próprio, o centro troca a tecnologia desenvolvida por participação na startup.

Quando a startup recebe uma rodada de investimento, o CESAR vende sua opção de compra e reinveste em outras startups, criando um ciclo virtuoso. Para participar do programa, as startups precisam ser de base tecnológica, ter potencial de escala e gerar impacto positivo social ou ambiental. A Embrapa e o Sebrae são parceiros importantes no fornecimento de recursos de fomento.

Quais os planos do CESAR para o futuro?

O CESAR tem planos ambiciosos para o próximo ano, focando em três áreas principais. Na área de ventures, a meta é dobrar o número de startups impulsionadas e aumentar os investimentos no portfólio. Para isso, o centro busca atrair mais capital de risco para a região, através de parcerias e fundos de investimento.

Na frente de inovação corporativa, o foco permanece nos setores de óleo e gás, energia elétrica, automotivo, financeiro, educação e eletroeletrônico. A área de educação também é um foco importante, com a meta de expandir o número de alunos na graduação e estudar a expansão para outros estados. O CESAR também está experimentando com a inteligência artificial generativa para evoluir sua metodologia de ensino PBL (Problem Based Learning) para um AIBL (AI Based Learning).

Perguntas Frequentes sobre CEO do CESAR

Qual a missão do CESAR?

O CESAR tem como missão conectar a academia e o mercado, aplicando conhecimento de ponta para resolver problemas reais das empresas e impulsionar o desenvolvimento tecnológico no Nordeste.

Como o CESAR se adapta às novas tecnologias?

O CESAR mantém uma cultura de “nunca estar satisfeito” e uma forte conexão com a universidade, o que permite antecipar tendências e experimentar novas metodologias, como a aplicação de inteligência artificial no ensino.

Qual a importância do Tech Venture Building?

O Tech Venture Building é um modelo inovador que permite ao CESAR investir em startups sem usar capital próprio, trocando desenvolvimento tecnológico por participação nas empresas e reinvestindo os lucros em novos projetos.

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Via Startupi

Apaixonado por tecnologia desde cedo, André Luiz é formado em Eletrônica, mas dedicou os últimos 15 anos a explorar as últimas tendências e inovações em tecnologia. Se tornou um jornalista especialista em smartphones, computadores e no mundo das criptomoedas, já compartilhou seus conhecimentos e insights em vários portais de tecnologia no Brasil e no mundo.
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