A Cosan acaba de movimentar o mercado financeiro com a conclusão da precificação de seu follow-on, uma oferta subsequente de ações. A operação, que injetou R$ 9 bilhões nos cofres da holding, tem como objetivo principal reduzir a alavancagem da empresa, que controla gigantes como Raízen, Rumo e Compass. Entenda os detalhes dessa operação e seus impactos.
Por que a Cosan decidiu realizar um follow-on?
O principal objetivo do follow-on da Cosan é fortalecer a saúde financeira da empresa. Com a captação de R$ 9 bilhões, a holding pretende reduzir significativamente sua dívida líquida, que fechou o segundo trimestre em R$ 17,5 bilhões. Essa injeção de capital representa uma redução de 57% na dívida, um alívio considerável para a companhia.
Além disso, a Cosan busca aumentar a cobertura de juros da dívida e diminuir a pressão por pagamentos de dividendos de suas investidas. A empresa também estuda a venda de participações em alguns ativos ao longo do tempo. Essas medidas visam comprimir a alavancagem da Cosan para próximo de zero nos próximos anos. Empresas como a Raízen Energia também passam por reestruturações para otimizar suas operações.
Quem foram os principais investidores nesse follow-on?
A oferta foi estruturada para dar entrada a dois grandes investidores: o BTG Pactual e a Perfin, que se comprometeram a investir R$ 4,5 bilhões e R$ 2 bilhões, respectivamente. Além deles, Rubens Ometto, o controlador da companhia, também participou da operação, investindo R$ 750 milhões por meio de seu family office, Aguassanta.
O follow-on também incluiu um hot issue de R$ 1,8 bilhão, com metade desse valor alocado para o varejo e a outra metade distribuída para investidores institucionais. A demanda por parte desses investidores foi alta, chegando a quase R$ 10 bilhões, o que representa cerca de 10 vezes o book. Considerando a oferta total de R$ 9 bilhões, a demanda foi de 2 vezes o book.
Qual foi o desconto oferecido e como isso afetou a demanda?
As ações foram oferecidas a R$ 5 cada, um desconto de quase 20% em relação ao preço de tela. Esse desconto pode ter contribuído para o grande interesse dos investidores, especialmente os institucionais, que viram na oferta uma oportunidade de adquirir ações da Cosan a um preço mais atrativo.
Para proteger o núcleo de controle, a Cosan estabeleceu um período de lockup de 4 anos para metade da posição do BTG e da Perfin, e de 3 meses para a outra metade. Já a fatia vendida para o mercado terá um lockup de 2 anos para metade da posição e nenhum lockup para a outra metade. Essas restrições visam garantir a estabilidade acionária da empresa.
Qual o perfil dos investidores que entraram na oferta?
Devido às restrições de lockup, a maior parte dos investidores que participaram da oferta foram fundos locais, que tinham um mandato para suportar a iliquidez. Eles representaram 93% da demanda, enquanto os fundos internacionais responderam por apenas 7%. O book foi dominado por fundos long-only brasileiros, que corresponderam a 67% do total.
Segundo informações apuradas, o BNDES também colocou uma ordem na oferta, mas o valor do investimento não foi especificado. A participação de fundos locais demonstra a confiança no potencial da Cosan e a disposição de investir em empresas brasileiras com perspectivas de crescimento a longo prazo. O BTG Pactual atualiza frequentemente sua carteira de small caps, refletindo as dinâmicas do mercado.
Qual o próximo passo da Cosan no mercado financeiro?
Ainda nesta semana, a Cosan planeja realizar uma segunda oferta ao mercado, com um valor estimado de R$ 1,3 bilhão. Somando-se à primeira oferta, a empresa espera injetar mais de R$ 10 bilhões na companhia. Essa segunda etapa reforça o compromisso da Cosan em fortalecer sua estrutura de capital e buscar novas oportunidades de crescimento.
Com a conclusão do follow-on da Cosan e a perspectiva de uma segunda oferta, a empresa demonstra confiança em sua estratégia e no potencial de seus negócios. A redução da dívida e o aumento da cobertura de juros devem impulsionar o desempenho da Cosan nos próximos anos, consolidando sua posição como uma das principais holdings do país. A TIM, por exemplo, também está finalizando a modernização de sua rede móvel para ampliar a cobertura.
Perguntas Frequentes sobre Follow-on da Cosan
Qual o objetivo principal do follow-on da Cosan?
O objetivo principal é reduzir a dívida líquida da empresa em 57%, fortalecer sua estrutura financeira e aumentar a cobertura de juros.
Quem foram os principais investidores no follow-on?
BTG Pactual e Perfin foram os principais, com investimentos de R$ 4,5 bilhões e R$ 2 bilhões, respectivamente. Rubens Ometto, controlador da Cosan, também investiu R$ 750 milhões.
Qual foi o desconto oferecido nas ações do follow-on?
As ações foram oferecidas a R$ 5,00 cada, representando um desconto de quase 20% em relação ao preço de tela.
Via Brazil Journal






