A VTEX, plataforma de software focada em comércio eletrônico, comemora 25 anos em 2025. Em entrevista, Mariano Gomide, co-CEO e fundador da empresa, detalhou os motivos que levaram a VTEX a realizar sua abertura de capital (IPO) nos Estados Unidos em 2021, em vez de optar pela bolsa brasileira. A decisão, segundo ele, teve um foco estratégico no futuro global da companhia.
Por que a VTEX escolheu os Estados Unidos para o IPO?
Mariano Gomide explicou que a decisão de realizar o IPO nos EUA foi motivada por razões de marketing e posicionamento global. Na época, a VTEX já possuía uma base de clientes internacionais e ambicionava expandir ainda mais sua presença nos mercados dos Estados Unidos e Europa.
Gomide ressaltou que abrir o capital na New York Stock Exchange (NYSE) seria um passo importante para consolidar a imagem da VTEX como uma empresa global, facilitando a conquista de novos clientes e o reconhecimento da marca em mercados estratégicos.
Qual o peso do mercado americano para a VTEX?
O co-CEO da VTEX enfatizou que, embora a América Latina seja um mercado importante para a empresa, o futuro da VTEX passa por uma maior participação nos mercados dos Estados Unidos e Europa. A abertura de capital na NYSE foi vista como uma forma de acelerar esse processo e aumentar a visibilidade da empresa nesses mercados.
Segundo Gomide, ser listada na bolsa americana confere à VTEX uma chancela de empresa “American friendly“, o que facilitaria a negociação e a venda de seus produtos e serviços para clientes estrangeiros.
Quais foram os desafios e aprendizados do IPO para a VTEX?
Gomide compartilhou que o IPO da VTEX, realizado em 2021, foi um sucesso, impulsionado pelo cenário favorável do mercado e pelo crescimento do comércio eletrônico durante a pandemia. No entanto, ele também reconheceu que a empresa enfrentou alguns desafios após a abertura de capital, como a volatilidade do mercado e o aumento das taxas de juros.
O co-CEO destacou que a VTEX conseguiu ajustar sua equipe e manter o foco na entrega de resultados, aumentando consistentemente sua margem bruta e sua margem líquida nos últimos 12 meses. Além disso, ele ressaltou o orgulho da empresa em ser reconhecida como uma marca global de software e em representar a engenharia brasileira no mundo.
Por que a VTEX não abriu capital no Brasil simultaneamente?
Mariano Gomide explicou que a decisão de não abrir capital também na bolsa brasileira foi puramente técnica. Segundo ele, seria necessário diluir a liquidez das ações da empresa, o que não faria sentido naquele momento.
Apesar disso, o co-CEO expressou seu desejo de que os brasileiros pudessem participar do crescimento da VTEX e compartilhar o orgulho de ver uma empresa de engenharia brasileira se destacando no cenário global. Ele não descartou a possibilidade de abrir capital no Brasil no futuro, caso isso se tornasse tecnicamente viável.
O que a VTEX aprendeu com o processo de IPO?
O IPO ensinou a VTEX a pensar mais no longo prazo. A empresa conseguiu capturar um momento legal do mercado, abrindo a US$ 19 e chegando a US$ 32 em poucos meses. O período também coincidiu com o final de 2020 e a pandemia, quando tudo passou a ser feito online.
Após alguns meses do IPO, o mercado inverteu e os juros aumentaram, impactando todas as empresas de capitalização intermediária. A VTEX continuou entregando resultados, crescimento e consolidação. Nos últimos 12 meses, a empresa aumentou a margem bruta e a margem líquida de forma consistente.
A empresa cresceu rapidamente durante a pandemia, o que trouxe problemas operacionais. A equipe foi ajustada e, atualmente, a empresa está bem alocada no mundo com o time correto.
A VTEX começou a ser reconhecida como uma marca global de software, ao lado de empresas como Adobe, SAP e Oracle. Para Mariano Gomide, é um orgulho ser uma empresa de engenharia brasileira e representar o país no mundo afora.
Quais os planos futuros da VTEX?
Mariano Gomide se mostrou entusiasmado com o futuro da VTEX, destacando o lançamento de novos produtos e serviços nos últimos 12 meses. Ele acredita que há muito espaço para a VTEX crescer, tanto no Brasil quanto na América Latina. Além disso, a empresa pretende continuar expandindo sua presença nos mercados dos Estados Unidos e Europa, consolidando sua posição como uma plataforma global de comércio eletrônico.
A visão de Gomide é que a VTEX continue a abrir o mercado para outras empresas de engenharia brasileira, seja de gestão, de manufatura ou de software. Ele reforça que a escolha de abrir o capital nos EUA foi acertada e que ele faria a mesma escolha novamente.
Perguntas Frequentes sobre IPO nos EUA
Por que a VTEX optou por realizar seu IPO nos Estados Unidos?
A VTEX escolheu os Estados Unidos para seu IPO visando fortalecer sua imagem como empresa global, facilitando a expansão para os mercados americano e europeu.
Quais foram os principais desafios enfrentados pela VTEX após o IPO?
Após o IPO, a VTEX enfrentou desafios como a volatilidade do mercado e o aumento das taxas de juros, que impactaram empresas de capitalização intermediária.
A VTEX pretende abrir capital também no Brasil no futuro?
Mariano Gomide não descarta a possibilidade de abrir capital no Brasil no futuro, caso isso se torne tecnicamente viável e estratégico para a empresa.
Via InfoMoney






