Descubra o destino surpreendente dos painéis solares no final de sua vida útil!

Cemitério de painéis solares existe?
12/12/2023 às 22:38 | Atualizado há 5 meses
paineis solares fora de uso armazenados pela organizacao nao governamental pv cycle da belgica

As camadas de polímero adesivo que protegem o produto da exposição às intempéries dificultam a desmontagem e a reciclagem. No entanto, a estrutura de alumínio e os fios de cobre externos são os materiais mais fáceis de serem recuperados no processo. O vidro, que compõe a maior parte do painel (70% a 95%) e já possui uma indústria estabelecida de reciclagem, é o próximo na ordem de facilidade de recuperação. Já outros materiais encontrados nas células solares apresentam um desafio maior, como a prata, o estanho, o cobre e o próprio silício, que são elementos valiosos, embora em quantidade reduzida nos módulos em comparação com o vidro. De acordo com especialistas, esses elementos representam mais de 40% do valor do painel.

“A separação dos materiais nobres não é uma tarefa simples. Ainda são necessárias muitas pesquisas e desenvolvimentos para avançar nesse sentido”, afirma Carlos Frederico de Oliveira Graeff, físico da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Bauru, que está envolvido no desenvolvimento de células solares. Um de seus projetos mais recentes, apoiado pela FAPESP, tem como objetivo investigar a estabilidade das células solares de perovskita, um semicondutor com eficiência superior ao silício, mas ainda pouco durável (ver Pesquisa FAPESP nº 260).

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Imagem: Alexandre Affonso/Revista Pesquisa FAPESP

Além de reduzir o resíduo e as emissões de carbono relacionadas ao lixo, a reciclagem dos módulos fotovoltaicos também tem o potencial de diminuir o uso de energia necessário para a exploração e produção do material original, como a prata e o silício, além de poder reduzir os impactos ambientais associados à mineração desses metais. Segundo especialistas, é possível aproveitar mais de 95% do material dos painéis. Trata-se de um mercado em ascensão.

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Francisco das Chagas Marques, físico do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador na área de energia fotovoltaica, afirma que o principal desafio é desenvolver uma tecnologia de reciclagem rentável, uma vez que os processos atuais são caros e, até o momento, não recuperam os custos de operação. “Atualmente, é mais comum recuperar apenas o cobre dos fios, o alumínio da moldura e o vidro”, diz ele.

De acordo com o pesquisador, a área de reciclagem de células solares está em desenvolvimento, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, não há fabricantes de células solares, sendo que os módulos são importados ou apenas montados no país, utilizando células de silício também importadas, assim como o vidro, a pasta de prata, encapsulantes e outros componentes, destaca Marques. A China é o maior produtor mundial de painéis solares.

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