Você sabe quando vai morrer? Algoritmo de IA acerta 78% das vezes a data

Algoritmo Life2Vec teve precisão ao analisar país do individuo, histórico de saúde, renda, diagnóstico psiquiátrico e gênero.
25/12/2023 às 20:48 | Atualizado há 12 meses

Imagine se pudéssemos saber o futuro, antecipar eventos, especialmente os que dizem respeito à nossa própria morte. A ideia certamente parece intrigante. Num mundo onde a tecnologia está constantemente avançando, isso não é mais apenas uma questão de ficção científica. Graças ao rápido desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA), estamos agora a um passo de prever certos aspectos da nossa vida. Life2Vec, um algoritmo revolucionário, diz que acerta quando a pessoa vai morrer dentro de 4 anos.

O estudo que foi publicado essa semana na revista Nature Computational Science, mostra que o algoritmo citado acertou em praticamente 78% das vezes a data da morte.

O que é Algoritmo Life2Vec?

O Life2Vec é um algoritmo de IA que foi desenvolvido para prever as chances de mortalidade prematura e estimar a renda que um indivíduo pode acumular ao longo de sua vida. Este algoritmo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca em colaboração com outras instituições, é o mais preciso já criado para esse fim.

existem diversas ferramentas de IA que utilizam dados de saúde para prever riscos de doenças. Elas analisam o histórico médico do paciente e de sua família para detectar futuras complicações de saúde, como uma parada cardíaca ou efeitos colaterais de medicamentos. No entanto, o Life2Vec vai além dos dados de saúde, integrando também informações socioeconômicas e comportamentais.

Mas como que o Life2Vec funciona? Bem, ele usa uma abordagem semelhante ao ChatGPT, um tipo de IA conhecido como “transformer”. Ele é treinado com uma ampla base de dados, transformando essa informação em números representativos de eventos da vida de uma pessoa. Cada número representa um evento ou parte dele.

O algoritmo foi treinamento para essa função

O algoritmo é baseado em Inteligência Artificial Discriminativa, onde ele foi treinado com dados de cerca de 6 milhões de habitantes da Dinamarca, coletados entre 2008 e 2020. Estes dados incluíam informações sobre níveis de escolaridade, emprego e renda, a natureza e frequência de visitas a médicos e hospitais, diagnósticos passados, entre outros.

Algoritmo calcula possível data da morte
Imagem/reprodução: Universidade técnica da Dinamarca

O Life2Vec provou ser 11% mais preciso do que os atuais modelos de IA na previsão de mortalidade. No geral, as previsões do modelo estavam corretas 78% das vezes. Isso porque o algoritmo leva em conta não só o histórico de saúde, mas também renda, diagnóstico psiquiátrico e gênero do indivíduo.

Mas claro que nem tudo é perfeito quando se trata de IA. Apesar de sua eficácia, o Life2Vec tem suas limitações assim como qualquer outra Inteligência Artificial. Por exemplo, ele foi treinado com dados da Dinamarca, um país que possui uma base de dados extremamente completa e detalhada sobre seus cidadãos. Isso pode não ser o caso em outros países, o que pode limitar a aplicabilidade do algoritmo em uma escala global.

Embora o foco principal do estudo seja antecipar o risco de morte, o algoritmo também se mostrou capaz de prever outros aspectos da vida. No entanto, seu uso por empresas, especialmente seguradoras, pode trazer implicações éticas e de privacidade. O pesquisador Sune Lehmann Jørgensen, autor do estudo, alerta contra o uso do modelo para fins comerciais.

Os avanços na IA oferecem uma miríade de possibilidades para o futuro da saúde. Com modelos como o Life2Vec, poderemos não apenas prever problemas de saúde futuros, mas também ajudar os governos a reduzir a desigualdade social e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Ao longo das últimas décadas, a IA tem vindo a revolucionar muitos setores, incluindo a saúde. Com a chegada do Life2Vec, estamos a um passo de fazer previsões precisas sobre eventos futuros em nossa vida. Embora ainda existam desafios a serem superados, o futuro da IA na saúde é certamente promissor.

Fontes: Nature Computational Science e Universidade Técnica da Dinamarca

Apaixonado por tecnologia desde cedo, André Luiz é formado em Eletrônica, mas dedicou os últimos 15 anos a explorar as últimas tendências e inovações em tecnologia. Se tornou um jornalista especialista em smartphones, computadores e no mundo das criptomoedas, já compartilhou seus conhecimentos e insights em vários portais de tecnologia no Brasil e no mundo.
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